sábado, 8 de outubro de 2011

trocas


Vento gelado do fim da tarde que como brisa passa por meus cabelos,os bagunça,os embaraça.
Fria tarde que me arrepia,que me congela,que me lembra do quão eram quentes seus braços.
Espero pelo próximo ônibus na quase escuridão da noite.
Chego em casa.A chuva é constante lá fora.
Suas cartas na minha gaveta junto com o porta retrato que tirei de minha mesa de canto na manhã de hoje.
Pois é,seu cheiro é recente aqui.Por cada cômodo que passo,é como se você tivesse acabado de bater a porta da frente e ligar o motor,enquanto eu observava seu carro passar pelo portão,seguir a rua a frente até te perder no horizonte.
Que pacatas essas paredes que hoje me servem de abrigo,que sabem de minha vida,que ouviram nossos segredos,nossos planos.
É provável que elas sejam a maior prova que nosso amor,certo dia,existiu.
Minha mochila é uma grande aliada também.Percorreu nossos caminhos,assistiu nossas conversas,seguiu nossas palavras e nossos passos.
Por culpa de nossas vidas e destinos,passei a trocar seus braços por um teto que me abrigue.Suas palavras,pelo silêncio dessas paredes.Suas histórias,pelas memórias dessa mochila.
Troquei o meu 'eu' completo,por um vazio.

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